No instante em que entramos num qualquer espaço confinado por paredes ou tetos, tornamo-nos parte dele. A sua forma e configuração envolve-nos, prende-nos os sentidos.

Por vezes, a avaliação que fazemos ao espaço é inconsciente e instantânea. Seja pelas características físicas e materiais ou pela energia que irradia, o espaço provoca sensações a cada passo que damos ao percorrê-lo. Um hall de entrada escurecido, uma escada em caracol iluminada por um enorme envidraçado, um extenso corredor interior repleto de portas abertas onde misteriosos espaços esperam por quem os descubra e utilize.

Infinitas e sempre renovadas experiências são quotidianamente vivenciadas por todos quando entramos num qualquer espaço desconhecido: seja a cidade onde habitamos ou outro qualquer edifício que, por força do destino, acabamos por descobrir pela primeira vez. Quando estas experiências nos marcam profunda e positivamente, atingem um estatuto especial na nossa memória.

A arquitetura converte-se em lugar, espaço com especial significado na nossa vida, da qual fará parte em revisitação física ou mental. E será para sempre um lugar onde, efetiva e afetivamente vivemos, nem que por um instante apenas…

[ENG version]

#Architecture: the place where we live

The moment we enter any space confined by walls or ceilings, we become part of it. Its shape and configuration envelops us, imprisons our senses.

Sometimes our evaluation of space is unconscious and instantaneous. Whether by physical and material characteristics or by the energy it radiates, space provokes sensations at every step we take as we walk through it. A darkened entrance hall, a spiral staircase illuminated by an enormous glass, an extensive interior corridor full of open doors where mysterious spaces await those who discover and use them.

Infinite and always renewed experiences are experienced daily by all when entering any unknown space: be it the city where we live or any other building that, by force of fate, we end up discovering for the first time. When these experiences deeply and positively mark us, they reach a special status in our memory.

Architecture becomes a place, a space with special meaning in our lives, of which it will be part of physical or mental revisitation. And it will be forever a place where, effectively and affectively, we live, even if only for an instant.

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