“Tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Fernando Pessoa
O que nos leva a escolher este ou aquele estilo de vida?
Este é um tema importante para o qual nem sempre temos a oportunidade de dedicar a devida atenção e reflexão.
Quando estamos a começar a nossa vida profissional, é comum passarmos por vários momentos até encontrarmos algo que nos compense financeiramente e nos conforte a esfera profissional. Mas é também comum este conforto inicial não corresponder a quem somos na realidade, ou a todos os momentos e fases pelos quais passamos ao longo da nossa vida. Às vezes, acomodamo-nos a rotinas e a empregos que (já) não nos preenchem verdadeiramente, não respondem às nossas necessidades e não espelham os nossos valores. Entre outros aspetos, estas sensações são os sinais de que precisamos de parar e refletir acerca de como queremos que o nosso estilo de vida seja, na sua essência.
Assim, eis que nos surge a primeira questão: as minhas escolhas profissionais fazem-me 100% feliz? Ao longo do meu percurso profissional, tal como outras pessoas à minha volta, também senti várias vezes que já não estava a ser 100% feliz na minha esfera profissional, no que às minhas escolhas dizia respeito. Recordo a primeira vez que o senti de forma consciente, tal como do tempo que demorei até tomar a decisão de mudar. É muito fácil habituarmo-nos às rotinas, às pessoas e aos lugares que conhecemos, mesmo que todos eles já não traduzam quem verdadeiramente somos. É ainda mais difícil olhar para o desconhecido em busca de alternativa e dar o salto no infinito atrás de algo muitas vezes idealizado e pouco seguro.
E mudar o quê? Essa é a segunda importante questão que se segue e sobre a qual mais necessitamos de refletir. Começamos assim a nossa aventura pela descoberta de quem realmente somos – se é que ainda não o fizemos. Precisamos de saber quais são os nossos valores – para encontrarmos o que melhor reflete aquilo que somos e que defendemos. Precisamos de visualizar em que consiste a nossa moldura de sucessos e a nossa moldura de fracassos – para que possamos aproximar-nos da primeira e afastarmo-nos da segunda. Precisamos de perceber quais são as nossas verdadeiras necessidades, vontades e possibilidades – para idealizarmos o nosso estilo de vida e corrermos atrás do que ele materializa.
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